Em defesa da democracia e da autonomia universitária

16/12/2013 13:03

Prof.ª Roselane Neckel

Prof.ª Lúcia Helena Martins Pacheco

 

Ontem, 11 de dezembro, a Administração Central da UFSC e a comunidade universitária ficaram perplexas com uma notícia incompatível com a autonomia universitária e com o que deve ser o respeito à democracia interna na UFSC.

O Sr. Márcio Campos, presidente da APUFSC, esteve em Brasília solicitando uma audiência com o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para envolvê-lo em assuntos internos da UFSC, já devidamente esclarecidos, nomeadamente no que se refere ao Conselho de Curadores e à aquisição do Prédio II da Reitoria.

Lamentamos que, no que tange à situação específica do Conselho de Curadores, o Sr. Márcio Campos não dê maior atenção ao sério trabalho da Procuradoria Federal no Parecer nº 1081/2013/PF-UFSC.

Tal conduta, na prática, fragiliza a democracia na UFSC, seus órgãos colegiados, a autonomia universitária e a política de diálogo que tem pautado a atual administração.

Causa estranheza que o presidente solicite esta reunião diretamente ao MEC sem sequer discuti-lo com seus sindicalizados, os quais supostamente estaria representando nessa sua empreitada. Causa estranheza, também, que o presidente tente tratar esses temas  diretamente com o MEC, quando deixou de tratá-lo com a Reitora, com a qual esteve reunido em várias ocasiões em clima de aparente cordialidade. A última solicitação de audiência da APUFSC foi protocolada em 29 de novembro, e a pauta constante no Ofício nº 242-13 do sindicato, destaca-se, não trata do assunto que se pretenderia levar ao Ministro.

Sugerimos ao Sr. Márcio Campos que procure estimular a democracia interna, e não substituí-la por reuniões de gabinete em Brasília. Sugerimos-lhe, por fim, que não deixe mais de tratar de assuntos que considera relevantes nas audiências com a Reitoria, que sempre o recebeu e receberá cordialmente, em respeito às pessoas que diz representar.

 

Florianópolis, 12 de dezembro de 2013.

Reitora cumpre agenda em São Paulo e na Colômbia

21/11/2013 13:13

A reitora da UFSC, Roselane Neckel, participou dia 19, em São Paulo, do 20º Conselho Universia Brasil. O evento contou com a presença de 32 reitores e 19 dirigentes das principais instituições de Ensino Superior do Brasil. A Universia é uma rede mundial que reúne 1.242 universidades em 23 países.

Na quarta-feira, 20, a reitora esteve na CXXVI Reunião Ordinária do Conselho Pleno Andifes, na Universidade Federal de São Carlos. Em pauta, entre outros assuntos, a distribuição dos royalties do petróleo para a educação. Durante o encontro, a Reitora da UFSC destacou que a as reuniões da Associação dos Dirigentes das IFES são um espaço muito importante para partilhar ideias e que a instituição deve prioritariamente pautar e não ser pautada pelos Ministérios. Ela também defendeu que, antes da implantação de um REUNI 3, seja garantida a consolidação dos Reuni 1 e 2, pois ainda há muitos problemas a serem equacionados.

Após a reunião da Andifes, Roselane Neckel viajou para a Colômbia, onde participa da XVIII Assembleia Geral Ordinária e V Assembleia Geral Extraordinária da União das Universidades da América Latina e do Caribe (UDUAL), na Universidad de Boyacá. A UDUAL é uma organização internacional que reúne instituições de 21 países. O tema do evento é “El Futuro de la Educación Superior en América Latina y el Caribe: Una Nueva agenda para la UDUAL” (O futuro do ensino superior na América Latina e no caribe: uma nova agenda para a UDUAL).

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Reitora participa de evento na Universidade Federal da Integração Latino Americana (UNILA)

11/10/2013 17:32

A reitora Roselane Neckel visitou o reitor da UNILA, professor Josué Modesto dos Passos Subrinho, e fez uma visita técnica a Itaipu Nacional. Ela está em Foz do Iguaçu, participando do VII Encontro Regional Sul de História Oral. Na manhã desta sexta-feira, Roselane Neckel foi uma das palestrantes da mesa “Gênero, Memória e Direitos Humanos”.

O evento teve como tema “História Oral e a Integração Latino-americana”. O principal objetivo dos organizadores foi promover o debate acerca da heterogeneidade social, cultural, científica e educacional da/na América Latina. A professora Joana Maria Pedro, pró-reitora de Pós-Graduação da UFSC, também participou do encontro que reuniu cerca de 250 pesquisadores.

Reitora participa de evento e de visitas técnicas na Turquia e Portugal

11/09/2013 17:04

A reitora da UFSC, Roselane Neckel, acompanhada do chefe de Gabinete da Reitoria, Carlos Antonio Oliveira Vieira, cumpre agenda internacional na 25a Conferência da European Association for International Education (EAIE 2013), em Istambul, na Turquia, de 10 a 13 de setembro. Na semana seguinte, os representantes da UFSC também farão visitas a universidades portuguesas.
A EAIE 2013 reúne cerca de 4 mil profissionais da educação superior, de mais de 80 países. O tema deste ano é “tecendo o futuro das parcerias globais”, e os participantes podem escolher entre 240 atividades diferentes. Confira a programação aqui.
Em Portugal, a reitora e o chefe de gabinete da UFSC participam de reuniões nas universidades de Porto, Aveiro, Coimbra e Minho para tratar, principalmente, de acordos bilaterais entre as instituições.
(mais…)

Administração Central promove reunião com gestores para debater flexibilização da jornada de trabalho

06/09/2013 16:07

A reitora acolheu os participantes, destacando a necessidade do diálogo e de todos estarem a par das informações sobre o tema. (Foto: Airton Jordani – DDPV / AI / GR)

A reitora Roselane Neckel e a vice-reitora Lúcia Helena Martins Pacheco, em conjunto com a Secretaria de Gestão de Pessoas, representada pela secretária adjunta Suzana Tolfo, organizaram nesta sexta-feira, dia 6, uma reunião para discutir, com os gestores acadêmicos, a flexibilização da jornada de trabalho dos servidores técnico-administrativos em Educação (TAEs). Estiveram presentes coordenadores de graduação e pós-graduação, chefes de departamento, diretores de unidades acadêmicas e centros de ensino, além de representantes dos TAEs e do Sindicato dos Trabalhadores da UFSC (Sintufsc).

A reitora acolheu os participantes, destacando a necessidade do diálogo e de todos estarem a par das informações sobre o tema. Neckel compartilhou dados provenientes de estudos, interações com outras instituições, legislação pertinente, orientações recebidas da Secretaria de Educação Superior (SESu) e decisões de órgãos como a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Ministério Público Federal. “Sempre defendemos o levantamento de dados, a pesquisa cuidadosa das condições de trabalho na instituição. É fundamental reunir informações que envolvam quem somos, onde estamos e o que fazemos, pois essa tomada de decisão envolve, além da questão interna, marcos legais e órgãos de controle”, esclareceu.

Um dos objetivos da reunião foi discutir pontos do relatório final do grupo de trabalho Reorganiza UFSC (link disponível abaixo). Neckel pediu que todos os presentes fizessem a leitura do documento e que o diálogo sobre o tema fosse ampliado com base no estudo realizado. “A leitura do relatório é importante para compreender como a UFSC está estruturada, para assim cada um fazer a sua avaliação”, ressaltou. Durante a sua apresentação, a reitora falou também de autonomia universitária, destacando que esta se manifesta nos âmbitos acadêmico e pedagógico e é sempre pautada pela legislação.

O debate tratou de uma série de questões a respeito da flexibilização da jornada de trabalho para trinta horas semanais. Muitos pontos foram discutidos, inclusive o fato de alguns setores já fazerem jornada de trabalho diferenciada e a ausência, no diagnóstico do Reorganiza UFSC, do detalhamento do número de horas trabalhadas pelos servidores de cada setor. Além disso, alguns dos participantes ressaltaram que a mudança de carga horária acarretaria a necessidade de contratação de mais TAEs.

Mudar a legislação para acomodar a necessidade de mudança de jornada de trabalho foi outra questão defendida por alguns dos que se manifestaram. O atendimento ao público por doze horas seguidas foi defendido pelos grupos de TAEs que buscam essa flexibilização, que também sugeriram, por meio de um panfleto distribuído aos participantes, uma série de debates em todos os centros de ensino da UFSC. Uma proposta de fóruns será apreciada pelo Conselho Universitário – sugestão que já esteve na pauta de duas reuniões mas que não pôde ser discutida por conta dos debates sobre a resolução que regula os concursos públicos para contratação de docentes.

Felício Margotti, diretor do Centro de Comunicação e Expressão, trouxe uma decisão dos diretores das unidades acadêmicas que se posicionaram contrários à interpretação do Sintufsc sobre o Decreto nº 1.590/1995. “Entendemos que uma certa flexibilização já é feita. As direções das unidades acadêmicas não veem a necessidade de jornada contínua de doze horas, que acarretaria um aumento de pessoal. Entendemos que é uma reivindicação sindical que pode ser resolvida por uma mudança na lei”, informou.

Neckel anunciou que a discussão do relatório do Reorganiza UFSC será promovida por meio de fóruns na Universidade. Ela destacou que a ideia é que tais encontros também contem com a participação de representantes de órgãos de controle e ressaltou que nenhuma decisão depende de um ato unilateral da reitora.

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Diretor da Propesq mantém contato com lideranças de CT&I

05/09/2013 17:20

O diretor do Departamento de Projetos da Pró-Reitoria de Pesquisa (Propesq), professor Elias Machado, manteve contatos com diversas lideranças governamentais, empresariais e acadêmicas durante a cerimônia de apresentação do novo IPD Elétron, na última segunda-feira, dia 2 de setembro, às 19h, no Centro de Convenções WTC Sheraton, São Paulo, no âmbito do Congresso Brasileiro de Inovação na Indústria, promovido pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O ato contou com a presença do secretário executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Luiz Antonio Elias, e de lideranças acadêmicas, governamentais e empresariais.

Entre os contatos feitos pelo professor Elias Machado, que representou a reitora Roselane Neckel na solenidade, destacam-se o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do MCTI e ex-reitor da UFSC, professor Alvaro Prata, o presidente da Associação Brasileira de Indústria Eletroeletrônica, Humberto Barbato, o coordenador-geral de Serviços Tecnológicos do MCTI, professor Jorge Campagnolo, o secretário de Inovação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Nelson Fujimoto, o diretor de tecnologias estratégicas da FINEP, Rodrigo Fonseca, e a responsável pela apresentação do projeto do IPD Elétron, professora Edelweis Pereira, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Nas conversas com as diferentes lideranças, o professor Elias Machado, além de ressaltar a disponibilidade da UFSC para estabelecer parcerias com os ministérios, agências de fomento e empresas do setor eletroeletrônico, aproveitou para articular audiências nos diferentes órgãos para apresentação de projetos que estão sendo elaborados pela instituição. “Este tipo de evento é essencial para que possamos estreitar as relações e as parcerias com os responsáveis pela formulação e execução de políticas públicas de CT&I e com as lideranças da comunidade empresarial”, explica Machado, afirmando que “como uma universidade de ponta, a UFSC acaba sendo sempre convidada a participar destas ações estruturantes”.

Como resultado dos contatos mantidos em São Paulo ficou acertado que nos próximos meses serão agendadas audiências específicas com o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, com o secretário de Inovação do MDIC, Nelson Fujimoto e uma visita ao MCTI para apresentação de projetos institucionais. Na Abinee existe a possibilidade de apresentação de laboratórios de pesquisa para as empresas associadas, no MDIC a discussão sobre projetos com utilização de recursos da linha subvenção econômica e no MCTI de projetos relacionados com nanotecnologia, principalmente na formação de redes dentro do Sistema Brasileiro de Tecnologia e de apoio a parques tecnológicos.

Mais informações:
elias.machado@ufsc.br

Reitora fala do atendimento ao interesse público durante recepção a novos servidores

26/08/2013 11:08

A reitora Roselane Neckel destacou, em sua mensagem de boas-vindas aos professores e técnicos administrativos em Educação (TAEs) empossados desde janeiro de 2013, a necessidade dos novos trabalhadores assimilarem o histórico da instituição, seus valores e sua cultura organizacional. Roselane também recomendou aos novos servidores que pensem sempre no interesse público no trabalho diário, com uso consciente dos recursos da instituição.

Administração Central recepciona novos servidores da UFSC. Foto: Wagner Behr – Agecom/UFSC

A Administração Central da Universidade Federal de Santa Catarina recebeu os novos servidores em uma solenidade realizada na manhã desta sexta-feira (23). O evento contou com cerca de 100 pessoas, entre elas, servidores recém-empossados e também chefias, diretorias, secretários, pró-reitores e as reitoras da UFSC.

Antes de proferir sua mensagem, a reitora pediu que todos os presentes se apresentassem. Cada um disse seu nome, seu cargo e onde está lotado. Roselane então destacou que a política de nomeação de novos trabalhadores é a tradução de uma mudança na cultura organizacional da universidade. “Uma das propostas de nosso trabalho é de profissionalizar a gestão. Fizemos um grande diagnóstico de setores, como eles estavam dimensionados frente às demandas da universidade. Estudamos quais mudanças eram necessárias e usamos esse critério em todas as mudanças que realizamos”, ressaltou a reitora.

Nos anos de 2012 e 2013 a UFSC realizou alguns de seus maiores concursos. Foi nesse período também que a universidade teve seu maior número de nomeações. Desde janeiro de 2013 foram nomeados pouco mais de 200 servidores.

Em seu discurso de acolhimento, a vice-reitora Lucia Helena Martins Pacheco lembrou das dimensões e desafios ao administrar uma instituição como a UFSC. “Somos quase 50 mil pessoas nesta comunidade acadêmica, com um orçamento próximo ao da Prefeitura Municipal de Florianópolis”, demonstrou. “Bem-vindos! A sociedade catarinense, e a brasileira, precisa do trabalho de vocês. Aqui vocês terão oportunidades de se capacitar, se reciclar e fortalecer a instituição com o seu trabalho de equipe”, enfatizou a vice-reitora.

Interesse público

Em sua fala, Roselane Neckel pediu para os novos trabalhadores evitarem o desperdício do dinheiro público, respeitando sempre o interesse coletivo sobre o individual. “Um exemplo simples é o uso de folhas de papel. Digamos que cada setor utilize uma resma de papel e que cada resma custe 30 reais. Se somarmos 30 reais daqui e dali, chega-se a milhões de reais em resmas de papel. E se elas não são bem utilizadas, é desperdício porque esses milhões fazem falta na hora de adquirir uma cama para o HU, um equipamento para um laboratório”, exemplificou a reitora.

Carga horária

A carga horária de trabalho também foi tratada na mensagem de boas-vindas da reitora, que detalhou o processo de estudo e pesquisa realizada pelo grupo de trabalho Reorganiza e pontou que muitos debates acontecerão a respeito dessas mudanças em breve. “Em uma universidade não se pode fazer gestão baseada em ‘achismos’. Aqui é espaço de pesquisa, de reflexão, de construção coletiva. Organizamos junto com a Secretaria da Gestão de Pessoas e em parceria com os TAEs escolhidos em assembleia como representantes, um grupo de trabalho para fazer pesquisas sobre quem somos, onde estamos e o que fazemos. Eu sempre digo – até hoje não fui convencida que podemos ter 6h de trabalho nesta instituição. Só será tomada uma decisão quando tiver dados que mostrem que a UFSC tem condições de fazer isso. Depois disso ainda temos que levar isso ao governo federal. Embora todos falem em autonomia universitária, hoje mais do que nunca temos os órgãos de controle que fazem auditorias constantes aqui na UFSC. Recebo cotidianamente questionamentos em defesa do interesse público. Quem muda o contrato de trabalho que cada um aqui assinou é o Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão. Não cabe às reitoras definir as políticas da universidade. Essa é uma decisão de toda a Universidade,” enfatizou.

Compuseram a mesa a reitora, Roselane Neckel; a vice-reitora, Lucia Helena Martins Pacheco; a pró-reitora de Graduação, Roselane Fátima Campos; a pró-reitora de Pós-Graduação, Joana Maria Pedro; a secretária especial adjunta da Secretaria da Gestão de Pessoas, Suzana da Rosa Tolfo; a diretora do Departamento de Desenvolvimento de Pessoas, Bernadete Quadro Duarte; e o coordenador de Admissões, Concursos Públicos e Contratação Temporária, Salézio Schmitz Junior.

Mayra Cajueiro Warren / Assessoria de Imprensa do Gabinete da Reitoria
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UFSC recebe destaque em jornal do México

19/08/2013 16:38

A reitora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Roselane Neckel, foi notícia no último sábado (17) no ABC De Monterrey, periódico do Grupo Radio Alegria que circula gratuitamente em Monterrey, no estado de Nuevo Leon, no México. No dia 16 de agosto, a reitora assinou um termo de cooperação com a Universidad Autónoma de Nuevo León (UANL) para estimular o troca de conhecimentos entre as universidades. Juntamente com o pró-reitor de Pesquisa, Jamil Assurey, participou da inauguração do Laboratory for Research and Innovation in Energy Technology da UANL. A estrutura foi implantada com o intuito de dar suporte as atividades desenvolvidas em conjunto pelas instituições.

Confira, a seguir a íntegra da entrevista concedida pela Reitora Roselane Neckel ao Diário Catarinense

17/08/2013 18:43

Há um mês, a reitora Roselane Neckel respondeu a algumas perguntas encaminhadas pelo Diário Catarinense sobre o papel da universidade. Hoje, parte da entrevista foi publicada no caderno Cultura. Reproduzimos a íntegra do que foi enviado ao jornal. Confira:

DC – O formato da universidade é quase o mesmo desde os anos 60. De que maneira ela acredita que a universidade poderia se modernizar?

R- O formato da universidade hoje é um formato moderno em relação à universidade  medieval. Hoje a universidade funciona por meio de estatuto e regimento próprios, em  consonância com a legislação vigente. Além disso, é importante lembrar que a universidade já  passou por várias mudanças. A reforma universitária de 1968 criou o núcleo comum e não  havia vestibular para cursos específicos. Os alunos entravam cursavam o básico e depois, em  função de suas notas, escolhiam os cursos. Isso, segundo depoimentos, gerou uma “relação de  competição” entre os estudantes, reforçando o individualismo e criando um conjunto de  estudantes que formaram os “excedentes”, que não tinham escolha. A pressão social, na  época, exigiu transformações, de modo que se voltou a fazer a escolha no vestibular. (ver fotos  no livro da UFSC sobre as provas coletivas:  http://www.agecom.ufsc.br/files/2010/12/Livro_UFSC50Anos_2010_web.pdf).

As reformas de ensino no Brasil, mais detidamente a reforma de 1968, foram realizadas em nome da modernização da universidade brasileira. No entanto, essas mudanças pouco  contribuíram para uma formação que estimulasse e fortalecesse o trabalho coletivo. As  políticas educacionais na ditatura militar enfatizavam o conhecimento técnico em detrimento  da formação de cidadãos. Foram criadas as disciplinas “Estudo dos Problemas Brasileiros” e “Educação Moral e Cívica”, as quais destacavam especialmente “que o povo brasileiro é por natureza ordeiro e pacífico”.

Nesse contexto, podemos nos lembrar da expansão do ensino privado, que mais tarde a Organização Internacional do Trabalho regulamentaria como uma mercadoria. No ensino privado, as pessoas não são tomadas como cidadãos que aprendem a pensar livremente  através da recepção de um conteúdo que lhes possibilite ver os problemas humanos em
sociedade numa dimensão ampla, mas são transformadas em consumidores de conhecimento. Veja só que absurdo você transformar o conhecimento numa mercadoria e a pessoa, numa consumidora! Por esse modelo ocorre, portanto, a adoção de uma universidade dentro de um modelo mercadológico.  Cabe destacar um aspecto positivo dessa modernização: a quebra da estrutura que mantinha a
cátedra. Na cátedra, um professor era dono de uma cadeira e não permitia que houvesse renovação do conhecimento porque ele determinava quem deveria sucedê-lo na administração daquele conteúdo; não permitia nem que houvesse concurso para professores, seus auxiliares, sem que ele determinasse quem deveria ocupar a vaga.
Outro aspecto importante reside no fato de a universidade passar a integrar, dentre suas funções, a combinação de ensino, pesquisa e extensão. Quebrou-se aquele viés da universidade apenas reprodutora de conhecimento, como se o conhecimento fosse objeto de um grupo de privilegiados. A universidade se modernizou e pôs-se ela mesma a pesquisar, a reproduzir e a disseminar o conhecimento, porque foram criados organismos que tanto financiavam quanto regulavam a produção científica no País. Outro aspecto importante que não devemos esquecer é que, para atuar na universidade, não bastava somente você ser um  grande conhecedor de um assunto; exigia-se a qualificação profissional para o exercício da  atividade no magistério superior. Com isso, foram criados e ampliados os cursos de pós-graduação pelo País afora.Adotou-se a estrutura departamental. Com isso também houve uma modernização na legislação não só intrauniversidade, mas também nas relações de trabalho, no exercício do serviço público federal. É claro que outros fatores contribuíram, mas o resultado disso é expresso na Lei 8.112/1990, que regula as relações profissionais no serviço público, e isso  também passa pelas relações de trabalho dentro da universidade. Se hoje você me dirige uma pergunta querendo saber como a universidade poderia se modernizar, eu primeiro perguntaria: modernizar-se para qual lado e para atender a quais interesses? Porque isso há de servir a algum objetivo e porque isso deve ser pensado para que  não ocorra confusão com o uso das nossas palavras.Hoje eu posso falar com toda clareza que, se há um clamor por modernizar a universidade, essa modernização pode muito bem ser canalizada em esforços para que todas as pessoas que atuam não só na universidade mas em todo o serviço público exerçam atos transparentes e com uso transparente dos recursos públicos, na democratização das tomadas de decisão e no fortalecimento do interesse coletivo em relação ao interesse individual, de grupos e corporações. A universidade é mantida pelo povo brasileiro, por todos que pagam impostos –portanto, desde aquele que recolhe papelão nas ruas até o grande empresário. Dessa forma, o seu retorno social também ter que ser amplo, atingindo todos os grupos sociais. A universidade não pode continuar a ser reprodutora das desigualdades sociais. A Lei de Cotas é importante nesse processo. Uma universidade pública não pode ser acessível apenas para aqueles que têm condições econômicas para frequentar as melhores escolas e, dessa forma,garantir seu acesso a essa instituição. Enquanto isso, o jovem com fragilidade socioeconômica tem como opção o ensino privado, pagando uma mensalidade. Por exemplo, ao cursar um curso de Medicina utilizando o FIES, o aluno pode, depois, quitar a dívida, mas terá que prestar  serviços no SUS durante oito anos.

DC-  A universidade poderia se tornar mais democrática e ter uma maior participação dos  alunos e da sociedade em suas decisões? Como isso poderia ser feito?

R- A universidade é uma prestadora de serviços essenciais à sociedade, porque ela produz, sistematiza e dissemina conhecimento. O que é uma universidade democrática? Aquela que tem estatuto e regimento? A universidade federal brasileira os tem, e mais, está regida por legislação federal. Quando clamamos por democracia na universidade, temos que cuidar para que ela não fique engessada, com os usos abusivos da democracia, a ponto de não se fazer  nada e, para cada decisão a tomar, ser necessário consultar um fórum. A UFSC cumpre todas as deliberações das Câmaras e do Conselho Universitário. O que é ser democrática? Na Universidade Federal de Santa Catarina se exercita o poder político de forma democrática. Ouvimos todos os setores envolvidos nas questões que lhes dizem respeito. Temos limites de ordem legal a cumprir que nos mobilizam no exercício do poder, o que extrapola em muito a boa vontade e a vontade pessoal de quem exerce o poder. Pela legislação vigente, temos participação de todos os setores da universidade, com as categorias representadas nas instâncias. Uma maior participação depende muito da vontade política de cada categoria. Eu defendo não só a ampliação da participação das pessoas na vida da instituição, no processo deliberativo decisório; defendo que mais gente possa atuar nas discussões e nas deliberações. No entanto, isso não depende somente da minha boa vontade.

DC – Conversei com um professor que acredita que a universidade corre o risco de se tornar irrelevante para a sociedade por não responder às necessidades dela. Você acredita que a UFSC responde às necessidades da sociedade?

R- A universidade que administro e na qual atuo não tem o risco nem remoto de se tornar irrelevante, porque se hoje temos uma universidade que teve aumento de 20% em relação ao  vestibular anterior, que registrou 30.388 candidatos inscritos para uma vaga em 2013, certamente não está nesta rota de perda da relevância. Muito pelo contrário. Isso sinaliza que a UFSC está cada dia mais em sintonia com a realidade do nosso estado e do País. A UFSC mantém sua importância na sociedade porque se presta a questionar e a apontar soluções para os problemas reais que afligem a realidade em que está inserida, por meio da atuação competente de seus profissionais, independentemente da área e da função em que atuam. A universidade hoje realiza inúmeros projetos, para atender tanto ao desenvolvimento tecnológico dos setores produtivos como a projetos sociais que atingem milhares de pessoas.  Quero lembrar que a universidade forma, por ano, mais de três mil profissionais que se espalham por toda a sociedade. Formamos engenheiros, médicos, professores e tantos outros profissionais. A grande modernização da universidade, além da formação de qualidade no conhecimento específico, é principalmente “formar cidadãos preocupados com o mundo em que vivem e com seus semelhantes”. É essencial para o mundo que os projetos pedagógicos dos vários cursos incluam perspectivas que reflitam sobre a sociedade individualista e valorizem processos de formação com foco na constituição de pessoas preocupadas com a coisa pública, com responsabilidade cidadã, formando cidadãos. Esta seria a grande modernização em nossas universidades e na educação brasileira.

P- Você acredita que os cursos devem existir em função da demanda de mercado de  trabalho?


R- Não. Acredito que uma universidade deve também criar cursos que busquem atender às necessidades do mercado, mas não deve atuar única e exclusivamente nesse sentido. Existem profissões muito importantes, como a de professor, que hoje não tem valorização significativa no mercado, mas é a base de todo o desenvolvimento de todas as profissões. Sem professores não teríamos outras profissões.

P- Quais foram as maiores mudanças da UFSC de 1960, quando foi fundada, para cá?

R- Administrativamente, foram várias mudanças impactantes. Por exemplo, em 1980 o reitor administrava para uma comunidade de 14 mil pessoas; hoje, administro para 50 mil. Na UFSC
dos anos 60 e 70 não havia concursos públicos como temos atualmente para servidores técnico-administrativos; as pessoas ingressavam por contratação simplificada. Os professores  já ingressavam por concurso. Os salários eram pagos em envelopes diretamente no Departamento de Pessoal. Não havia o controle do Ministério da Educação e do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão pelo SIAPE; os benefícios e os cálculos eram realizados dentro da instituição. Na parte acadêmica, foram muitas as mudanças. Hoje a UFSC conta com  98 cursos de graduação presenciais e a distância, 34 especializações, 57 mestrados acadêmicos, 12 mestrados profissionalizantes e 54 doutorados, com uma complexidade nos processos formativos que envolvem estruturas físicas e profissionais altamente qualificadas. Também a construção do HU como hospital-escola foi significativa para o fortalecimento dos cursos de saúde. Atualmente a UFSC é multicampi: temos os campi de Florianópolis, Joinville, Curitibanos, Araranguá e, em 2014, o campus do Médio Vale do Itajaí. Novos cursos, novas vagas públicas, muitos cidadãos, mais oportunidades de formação com responsabilidade e compromisso social.

P- Que cursos você acredita que podem passar a existir num futuro próximo?

R- Inicialmente vamos consolidar os cursos já existentes. Todas as decisões envolvem contratação de profissionais técnico-administrativos em educação e professores. São vagas que precisam ser liberadas pelo Ministério da Educação e pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Os departamentos também podem avaliar a possibilidade de criação de novos cursos com os quadros de pessoal já existentes e encaminharem propostas à Câmara de Graduação, que avaliará a qualidade, as condições estruturais (prédios e equipamentos) e condições orçamentárias para sua criação. Já foi apresentado e oficializado o Curso de Graduação em Medicina no campus de Araranguá para 2016, com foco na formação na saúde coletiva e na saúde da família. Além disso, nosso curso de Medicina poderá ter uma ampliação de 60 vagas em 2016, mas esta é uma decisão que ainda deverá ser analisada, tendo em vista a necessidade de ampliação de infraestrutura física e de melhorias significativas no Hospital Universitário. Podemos, no futuro, pensar em biotecnologia, biomedicina ou fortalecer áreas de conhecimento em cursos já existentes, como agroecologia, nos cursos de Ciências Rurais, sustentabilidade ou desenvolvimento de tecnologias para pequenos proprietários ou microempresários.

P- Existem planos de abertura de novos cursos ou de outras vagas nos cursos já existentes? Quais?

R- Estamos trabalhando na abertura de novos cursos e vagas no campus do Médio Vale do Itajaí e também na expectativa de abertura do curso de Medicina no campus de Araranguá, além da ampliação de vagas para o curso de Medicina em Florianópolis.

P- Qual você acredita que seja o objetivo da UFSC como universidade?

R- A UFSC tem por finalidade produzir, sistematizar e difundir o conhecimento; fazer ensino, pesquisa, extensão. Esta é sua função. Qualquer outra função, atribuição ou objetivo que se queira atribuir à UFSC é especular e fugir das suas atribuições. Nesse sentido, a UFSC é a melhor, se não a maior referência para o povo de Santa Catarina. E qual é seu mérito nisso? Seu mérito consiste em cumprir bem seu papel na sociedade brasileira. Ter ensino de graduação e pós-graduação, pesquisa e extensão que repercutem no Brasil e no exterior. O impacto de sua atuação é medido pelo número de egressos e de nossos técnicos e professores que atuam pelo mundo afora. Este é seu objetivo: servir à sociedade.

UFSC organiza II Seminário Internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Segurança Pública

08/08/2013 11:56

O II Seminário Internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Segurança Pública começou na manhã desta quarta-feira (07) e segue até a próxima sexta-feira (09) na sede da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina – FIESC, em Florianópolis. A proposta é reunir o setor produtivo, o governo e a academia para debater os desafios que envolvem a segurança pública. O evento é realizado pelo setor de pesquisa da Polícia Militar de Santa Catarina (PMSC), pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia e Gestão do Conhecimento (PGEGC) e pelo Programa de Pós-Graduação em Direito (PGED), com o apoio do Comando-Geral da PMSC e da reitoria da UFSC.

A coordenadora-geral do evento, professora Marina Keiko Nakayama (http://lattes.cnpq.br/5966868764284331), esclarece que o Grupo de Estudos de Segurança Pública (GESP) da PMSC se propõe a capacitar e formar membros da corporação e de outras instituições, além de produzir novas pesquisas na área. “O Grupo, criado pelos professores da UFSC e pelos responsáveis pelo Centro de Ensino da PMSC em 2011, concebeu o seminário com o principal objetivo de criar visibilidade para a sua proposta de gerar, disseminar, incentivar e compartilhar processos inovadores e atualizados em segurança pública”, afirma.

O GESP, coordenado por Marina Nakayama, é formado por 13 pesquisadores e 59 estudantes – que trabalham em 14 linhas de pesquisa. Professores do PGEGC da UFSC participam do grupo, que conta com a parceria do PGDE e de membros da PMSC.

Cerimônia de abertura do II Seminário Internacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Segurança Pública. Foto: Wagner Behr / Agecom / UFSC

A reitora da UFSC, Roselane Neckel, anunciou que a Universidade está aberta a novas parcerias que façam com que a ciência, a tecnologia e a inovação estejam cada vez mais presentes no cotidiano da segurança pública.  “Discutir esse tema a partir da perspectiva da ciência, da tecnologia e da inovação é, por seu turno, compreender que estamos diante de muitos desafios e que o conhecimento que é produzido em universidades e institutos de pesquisa pode e deve contribuir para que possamos ter não apenas mais segurança, mas tudo que daí deriva, como qualidade de vida e direito à cidadania”, disse.

Compuseram a mesa de autoridades a reitora da UFSC, Roselane Neckel; a coordenadora-geral do evento, professora Marina Keiko Nakayama; o comandante-geral da PM, coronel Nazareno Marcineiro; o secretário de Estado de Segurança Pública de Santa Catarina, César Augusto Grubba, representando o governador Raimundo Colombo; o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, Marcos de Oliveira; o delegado-geral da Polícia Civil de Santa Catarina, Aldo Pinheiro D’Avila; o presidente do Conselho Estadual de Educação, professor Maurício Fernandes Pereira; o superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Natalino Itione, representando presidente da FIESC, Glauco Côrte; o coronel da PM, Valdemir Cabral; o chefe de Estado Maior da PMSC, coronel João Schorm de Amorim; o presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC), Sérgio Luiz Gazioni; e o presidente do Centro de Informática e Automação do Estado de Santa Catarina (CIASC), coronel João Rufino de Salles.

Na ocasião, aconteceu o lançamento do livro “Pontes para a Segurança Pública”, fruto da compilação de reflexões e estudos feitos durante a primeira edição do seminário, realizada em junho de 2012.

A organização prevê a participação de cerca de 400 pessoas, e o público-alvo são instituições que atuam direta ou indiretamente na áreas da segurança pública, do ensino superior e da pesquisa no país e no mundo. “Avanços Tecnológicos no Sistema Penitenciário em Santa Catarina”, “Segurança e Defesa Cibernética no Contexto da Administração Pública Federal”, “Sistema Integrado de Segurança Pública Móvel”, “Gestão da Inovação e Segurança e Comunicação do Estado” serão temas abordados em algumas das palestras.

A programação completa está disponível no site http://www.seminariosegurancapublica.com.br

Bruna Bertoldi Gonçalves
bruna.bertoldi@contato.ufsc.br / (48) 3721-9319
Assessoria de Imprensa do Gabinete da Reitoria/UFSC

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