Feira do Livro de Florianópolis: quatro títulos inauguram a Coleção Antropologia da EdUFSC

Quatro primeiros títulos da Coleção Antropologia em Laboratório que a EdUFSC lança na Feira do Livro de Florianópolis.
A violência urbana, a infância, a mulher, o consumo, o trabalho de campo, a mídia, o índio, a cultura, globalização, a educação e os direitos humanos estão incluídos e inter-relacionados nas pesquisas apresentadas e aprofundadas nos quatro primeiros títulos da Coleção Antropologia em Laboratório que a Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC) está lançando na Feira do Livro de Florianópolis. O evento acontece na Praça da Alfândega, no Centro da Capital, até o dia 11 deste mês. A EdUFSC está oferecendo 250 títulos próprios com até 50% de desconto. Os lançamentos, inclusive a Coleção de Antropologia, contam com uma redução de até 30% do preço de capa.
Com capas integradas e moderno projeto gráfico, a coleção inédita da EdUFSC é um projeto editorial do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da EdUFSC. Aborda temas relevantes pesquisados em redes locais, regionais, nacionais e internacionais. São resultados de pesquisas do laboratório criado em 1990, sob a liderança do professor e ex-pró-reitor Sílvio Coelho dos Santos, e que atualmente reúne 12 núcleos científicos de referência no País e no exterior.
Os quatro títulos inaugurais dão uma ideia clara da amplitude das pesquisas desenvolvidas: Um olhar antropológico sobre violência e justiça- etnografias, ensaios e estudos de narrativas (organização de Theophilos Rifiotis e Danielli Vieira); Educação indígena – reflexões sobre noções nativas de infância, aprendizagem eescolarização (organização de AntonellaMaria ImperatrizTassinari, Beleni Saléte Grando e Marcos Alexandre dos Santos Albuquerque); Consumo e cultura material – perspectivas etnográficas (organização de Carmen Rial, Sandra Rubia da Silva e Angela Maria de Souza); e Theatrumethnographicum- campo, experiência, agência (organização Alberto Groisman, Bianca Ferreira Oliveira, Fernanda Cruz, Priscila Noernberge Rose Mary Gerber).
A coleção, informa o diretor executivo da EdUFSC, Sérgio Medeiros, é coordenada pelas professoras e pesquisadoras Alicia Castells, Raquel Mombelli, Miriam Pillar Grossi e AntonellaTassinari. Justificando a iniciativa, sublinham que os livros ora editados “dão visibilidade também à contribuição de ponta das pesquisas antropológicas desenvolvidas na UFSC em suas múltiplas redes de interlocução com movimentos sociais e instituições do estado, trazendo subsídios teóricos e temáticos não apenas para os especialistas, mas também para os que têm a antropologia como campo de interlocução, em particular na formulação de políticas públicas e de ações sociais com os diferentes grupos inseridos na investigação de antropologia social”. O reconhecimento da excelência da Antropologia em Santa Catarina tem respaldo na História. “Teve origem com a criação, nos anos 1980, do Instituto de Antropologia, por Oswaldo Rodrigues Cabral”, recordam as coordenadoras do projeto editorial.
O livro sobre Educação indígena reúne artigos de 13 autores. Abarca, entre outros aspectos, mitologia, rituais, vida social, escola, acampamentos, colonização, enfim, dá um panorama histórico e contemporâneo da realidade cultural dos povos indígenas em vários lugares. A ênfase dos textos é a infância, isto é, faz uma profunda reflexão sobre o papel que a escola assume no processo de educação nas aldeias ou fora delas. “A educação aparece com fundamental no processo de construção da autonomia dos indígenas e construção de lideranças políticas”, frisam, na apresentação, Beleni Saléte Grando e Marcos Alexandre dos Santos Albuquerque. As experiências narradas no livro foram vivenciadas no Brasil e na Guatemala.
Unindo 19 autores, o livro Consumo e cultura material fala de economia, supermercado, processos orgânicos, etnografia e da globalização, desfilam experiências locais, nacionais e internacionais. “A tecnologia, antes tratada como parte de uma cultura material inerte, é hoje central no entendimento das novas sociabilidades que se estabelecem através das redes de relacionamento da internet” (…), esclarece, na apresentação da obra, a antropóloga Livia Barbosa, lembrando que os artigos mostram “a fecundidade das ciências sociais brasileiras e a complexidade que permeia a nossa relação com a materialidade”.
Os desafios da pesquisa de campo na antropologia movem os 11 autores do livro sobre Campo, experiência e agência. Apresentado por Alberto Groisman, além de reflexões sobre o “mundo” da etnografia, presta conta de pesquisas feitas com a Rede de Proteção à Criança a ao Adolescente, o Centro de Atenção Psicossocial de Florianópolis, a transmissão televisiva imposta no transporte coletivo, as religiões afro-brasileiras, a capoeira e a articulação produtiva de saberes entre a antropologia e a experiência. O livro, conforme reforça, na apresentação, Alberto Groisman, proporciona uma “interessante e rica oportunidade de pensar o teatro etnográfico, no qual os a(u)tores – personagens se tornam plausíveis e corpóreos.
Na obra sobre violência e justiça, organizada por Theophilos Rifiotis e Danielli Vieira,os seis autores socializam sete trabalhos científicos centrados nos direitos humanos. A primeira parte das pesquisas é sobre a judicialização das relações sociais. São trabalhos que envolvem, por exemplo, os conflitos conjugais, a violência infrafamiliar, merecendo atenção a atuação da justiça e das delegacias especiais de proteção à mulher. Na segunda parte da obra, os pesquisadores encorajam-se a pensar sobre violência urbana e homicídios entre jovens. Aqui o olhar antropológico mira também os jovens infratores, cumprindo medidas socioeducativas. Ao mesmo tempo que socializam o conhecimento acumulado em laboratório, os pesquisadores imaginam “contribuir para o cenário dos debates atuais sobre as políticas sociais do Brasil”.
A Coleção Antropologia em Laboratório tornou-se realidade, a partir da aprovação do Conselho Editorial da EdUFSC, com o apoio da Capes/MEC (Coordenação de Capacitação de Pessoal de Nível Superior).
Os Núcleos responsáveis pelas coletâneas que compõem a Coleção realizam pesquisas em diversas áreas e campos temáticos: Antropologia Visual e da Comunicação; Antropologia Urbana e do Patrimônio; Arte, Etnomusicologia e Performance; Etnologia e Etno-história da Antropologia; Identidade, Etnicidade e Migração, Parentesco, Família, Gênero e Sexualidade; Políticas Públicas e Sociais, Justiça e Direitos Humanos; Religião, Cosmologia e Ritual, Saúde e Corporalidade; Subjetividade, Micropolítica e Movimentos Contemporâneos.
Mais informações e contatos: Sérgio Medeiros – (48) 3721-9605, 3721-9408, 3721-9686 e 9962-2629 /