Idade Média rende prêmio a estudante do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC

18/07/2014 15:45

Rodrigo PratesIdade Média é um período da história da Europa entre os séculos V e XV que rotineiramente serve de cenário para filmes e jogos de sucesso entre os jovens contemporâneos. E foi assim que Rodrigo Prates de Andrade teve seu primeiro contato com o período medieval. “Apesar de o nosso país não ser europeu, a Idade Média sempre exerceu fascínio sobre as nossas mentes”, garante. O recém-graduado em História foi um dos seis premiados da iniciação científica de 2013 com a pesquisa “Estudo comparativo dos discursos historiográficos atuais europeus sobre identidade e diversidade na área dos estudos medievais”.

Além da paixão por este período histórico, ele optou pela graduação em História devido ao desejo de compreender como as coisas aconteceram e acontecem, além da vontade de exercer a docência. “Meus melhores professores foram os de História. A minha grande opção era esta”, conta. O historiador procurou desde cedo se envolver com pesquisas, ficando sem bolsa só no primeiro semestre, e revela a grande gratificação em ser premiado pelo trabalho desenvolvido sobre a Idade Média na Península Ibérica. “Ganhando o prêmio eu retribuo ao Centro de Filosofia e Ciências Humanas e o Departamento de História, a minha formação política, cultural, intelectual e humana. A Universidade é um local de excelência em produção científica e cultural”, elogia.

Atualmente, Rodrigo dá aulas na rede de educação pública e, no final deste ano, pretende ingressar no mestrado. “Meu grande interesse é a carreira acadêmica, mas, quando a gente encara uma sala de aula de segunda a sexta-feira, acaba se questionando sobre a nossa função de professor”, explica.

A professora e doutora em História Medieval, Aline Dias da Silveira, orientadora da pesquisa premiada, define Rodrigo como um aluno muito aplicado. “Foi o melhor bolsista que eu já tive em termos de dedicação à pesquisa. Fiquei muito orgulhosa, me senti como uma mãe”, conta.

O jovem pesquisador atuou no grupo de pesquisa do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Medievais (Meridianum). Ele já teve alguns artigos a respeito da Idade Média publicados por completo nos periódicos Roda da Fortuna e Mirabilia, como o trabalho “Inimigos e anjos: o Llibre dels Feyts e as relações entre cristãos e muçulmanos na Coroa de Aragão em 2013” e o artigo “Venha a nós o Vosso reino: a legitimação da Corte Medieval através da imagem da Corte Celestial em 2009”.

 

Saiba mais sobre a pesquisa
“Estudo comparativo dos discursos historiográficos atuais europeus sobre identidade e diversidade na área dos estudos medievais”

A Península Ibérica, ao longo dos tempos, foi governada por povos como os romanos, bárbaros, muçulmanos e ibéricos cristãos. Ocupando o mesmo território estes povos tiveram que conviver e acabaram, cada um com a sua cultura, influenciando na atual multi-identidade da região. A pesquisa de Rodrigo Prates de Andrade, formado em História no final do ano passado, relacionou o estudo da Idade Média aos questionamentos do tempo presente na Península Ibérica – Espanha e Portugal.

A intenção da pesquisa é descobrir como as múltiplas identidades e a diversidade cultural aparecem na produção atual sobre os estudos daquela época. “A Península Ibérica, a partir do século VIII, foi ocupada pelas populações árabes e bárbaras e, neste momento, ocorre um estreitamento entre as três religiões monoteístas [cristianismo, judaísmo e islamismo]”, explica o historiador. Foi feita, então, uma identificação e análise sobre a recente produção historiográfica na Espanha e em Portugal sobre as relações destas três religiões no período medieval. Foi constatado que os estudos sobre a época medieval apresentam a região como um espaço diverso e multicultural.