Alunos da UFSC a caminho do maior evento científico do Brasil

18/07/2014 16:04

Seis alunos que foram premiados como destaques de iniciação científica da UFSC em 2013 seguem, na próxima segunda-feira, 21 de julho, para a Jornada Nacional de Iniciação Científica, na Universidade Federal do Acre. Os jovens pesquisadores vão apresentar seus trabalhos ao lado de cientistas de todo o Brasil. O evento acontece durante a 66ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), em Rio Branco, entre os dias 22 e 27 de julho. Os estudantes foram selecionados durante o 23º Seminário de Iniciação Científica, realizado em outubro do ano passado na UFSC. Deborah Santos de Assis Linguori, Wilson Taybar de Assumpção, Patrícia de Souza, Rodrigo Prates de Andrade, Priscilla Barros Delben e João Francisco de Souza vão representar a instituição na jornada. A Pró-Reitoria de Pesquisa (PROPESQ) irá custear, além da inscrição, a hospedagem e o transporte dos estudantes.

Conheça, clicando nos links a seguir, cada um dos jovens pesquisadores e as pesquisas premiadas. 

 

Ana Carolina Fernandes
Estagiária / Jornalismo / Diretoria-Geral de Comunicação
imprensa.gr@contato.ufsc.br

Pesquisa sobre a melhoria da qualidade da uva garante prêmio a estudante da UFSC em Curitibanos

18/07/2014 15:55

Wilson TaybarQuando criança, Wilson Taybar Assumpção gostava de plantar e mexer na horta da avó. Hoje, ele é estudante do curso de Agronomia da UFSC no campus de Curitibanos e foi um dos seis premiados como destaque de iniciação científica 2013 da instituição.“Cresci em uma família humilde, de baixa renda, e sempre estudei em escola pública. Quando terminei o ensino médio, parei de estudar para trabalhar e só voltei para a sala de aula aos 40 anos, quando prestei o vestibular para Agronomia, em 2011” diz.

O aluno foi premiado com a pesquisa “Nível de resistência ao míldio da videira conferido pelos locos Rpv1 e Rpv3” que tem como objetivo desenvolver espécies de videira que sejam resistentes a doenças e ao mesmo tempo apresentem alta qualidade na produção de vinhos finos. O graduando não esperava o ganhar o prêmio. “Foi uma surpresa, até porque, na exposição do banner, havia outras tantas pesquisas interessantes. Nosso campus é novo, e o fato de eu ter sido um dos seis selecionados só incentiva e aumenta a vontade de me envolver cada vez mais com a iniciação científica e com pesquisas”, afirma.

O orientador do estudante, professor Leocir José Welter, afirma que Wilson foi essencial para o desenvolvimento da pesquisa. “No Campus Curitibanos ainda não temos curso de pós-graduação aprovado. Por conta disso, é de extrema importância ter vinculados aos projetos de pesquisa estudantes de graduação que, desde cedo, são capazes de assumir responsabilidades e executar atividades dentro de metodologias científicas. Wilson sempre demonstrou esse perfil, além de ter senso crítico apurado e bastante iniciativa”, elogia.

Em 2008, o aluno começou a trabalhar com paisagismo. “Fiz um curso de organização e desenvolvimento de jardins. Depois de algum tempo, decidi prestar o vestibular na UFSC para Agronomia, com a intenção de melhorar meu desempenho nas atividades de paisagismo. Com o passar do tempo, percebi que a Agronomia era algo que poderia ser melhor do que fazer, organizar e realizar manutenção de jardins”, conta. Devido à iniciação científica, o estudante já faz planos para o futuro. “Penso em fazer pós-graduação e, quem sabe, me tornar um pesquisador ou professor”, conclui.

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Bolsista de iniciação científica ganha prêmio por pesquisa sobre educação de jovens e adultos

18/07/2014 15:52

Patricia de SouzaGanhadora do prêmio de destaque de iniciação científica da UFSC em 2013, Patrícia de Souza, estudante da nona fase de Pedagogia, considera que foi o tema da pesquisa que conseguiu sensibilizar os avaliadores. “Não vejo o prêmio como mérito meu; quem estava ali julgando os trabalhos entendeu a importância desta pesquisa. Me sinto muito honrada de estar trabalhando nela”, afirma. O estudo analisou a oferta para a educação de jovens e adultos (EJA) em Santa Catarina e suas políticas públicas.

O curso de Pedagogia da UFSC oferece uma disciplina de 72 horas sobre a EJA, na sexta fase. Sendo assim, o prêmio simbolizou uma vitória para que o tema tenha respaldo no curso. “A educação de jovens e adultos é uma possibilidade. Nem sempre se quer trabalhar com as séries iniciais ou a infantil. Necessitamos deste tipo de formação, pois existem pessoas analfabetas ou que não concluíram o ensino básico. E elas têm o direito de um ensino de qualidade”, defende a estudante.

Foi a orientadora, Maria Herminia Laffin, que convidou a aluna para participar da pesquisa. “Patrícia já havia atuado no PET de Pedagogia, portanto eu já conhecia o empenho e a seriedade de suas pesquisas acadêmicas”, elogia. Sobre a aluna ter recebido o prêmio de destaque de iniciação científica, a professora destaca o cuidado que a acadêmica teve na organização dos dados do estudo. “Para mim, ela fez um trabalho de fôlego ao sistematizar um grande número de dados da pesquisa”, destaca.

Patrícia acredita que a família foi o grande incentivo para continuar nos estudos. “Quando entrei na UFSC estava grávida e não sabia. Fiquei um ano fora de sala de aula. Se não fosse pelo meu marido, eu não teria continuado. É ele que me apoia em casa quando não estou”, conta. A estudante sempre teve interesse em ensinar e, com o decorrer do curso, só consolidou sua convicção a respeito disto.

Porém, o exercício da investigação, a partir da experiência com pesquisas científicas, também cativou a jovem pesquisadora. “A bolsa me proporcionou fazer um aprofundamento da disciplina dada em sala de aula e participar de muitas palestras e encontros. Agora, devido ao prêmio, poderei ir à Jornada Nacional de Iniciação Científica para falar sobre o tema que pesquisei para pessoas de todo o país”, fala com entusiasmo.

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Estudo sobre fungos garante prêmio a estudante de biologia da UFSC

18/07/2014 15:49

João FranciscoNa hora de decidir para qual curso prestar vestibular, muitos alunos recorrem a livros, testes vocacionais e, é claro, à opinião de amigos e familiares. Foi o que fez João Francisco Souza, hoje aluno de Biologia da Universidade Federal de Santa Catarina. Na época, o grande desejo do estudante era prestar a prova para o atual curso, mas ouvia muitas críticas sobre sua escolha. Foi um professor de Física que o fez ter convicção sobre sua escolha. “Eu o via dando aula tão apaixonado que decidi não abandonar uma paixão minha [a Biologia] pelo fato de ganhar mais ou menos dinheiro”, lembra Souza, um dos seis destaques do prêmio de iniciação científica da UFSC em 2013.

O discente ficou surpreso por ser um dos premiados. “Foi a primeira vez que participei como bolsista PIBIC. Foi inesperado!”, exclama o estudante, que finaliza a pesquisa em julho. Ele participou, durante um ano, das atividades do Laboratório de Micologia da UFSC, o Micolab, de forma voluntária. Notando o seu empenho e interesse, Elisandro Ricardo Drechsler Santos, professor do Departamento de Botânica e do Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas, concedeu a bolsa de iniciação científica ao aluno na primeira oportunidade que teve. “Ele já vem trabalhando comigo há aproximadamente dois anos. Por ser um aluno do curso noturno, essa bolsa proporcionou a oportunidade de seu crescimento profissional”, afirma o orientador. “O prêmio é muito importante, pois coroa todo o esforço e diferencial do João. Ele é muito dedicado e, em breve, fará muito mais. Estamos preparando publicações científicas que trazem à luz espécies [de fungos] que ainda não foram descritas”, comemora Elisandro Ricardo.

O estudante afirma que no começo não gostava muito da ideia de trabalhar em laboratório extraindo DNA. “Sempre gostei mais de taxonomia [ciência que classifica os seres vivos], mas gostei bastante da experiência. Consegui conciliar uma com a outra [o trabalho no laboratório com a saída a campo para coletar e classificar fungos] e gostar igualmente das duas atividades”.

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Pesquisadora desenvolve trabalho sobre células-tronco e é premiada pela UFSC

18/07/2014 15:46

Priscila Barros“Se não fosse o sistema de cotas eu provavelmente não teria entrado”, afirma Priscilla Barros Delben, uma das seis premiadas como destaque de iniciação científica da UFSC em 2013. Ela se formou no final do mesmo ano em Biologia. A pesquisa desenvolvida pela bióloga é sobre o uso de células-tronco do tecido adiposo para futuras terapias regenerativas em pacientes queimados.

Receber o prêmio fez Priscilla perceber que está no caminho certo. “Eu amo o que faço. Foi uma grande surpresa ganhar o prêmio. Sinceramente, não esperava nem ser selecionada para a apresentação oral, muito menos ser destaque de iniciação científica!”, exclama.

Nascida no Rio de Janeiro e com o sotaque marcante, mesmo morando há 13 anos na ilha, a bióloga se envolveu com pesquisas científicas bem no início do curso, cerca de um ano após ter ingressado na UFSC. Priscilla foi admitida na Universidade pelo sistema de cotas para estudantes oriundos de escolas públicas. “Entrar por este sistema facilitou meu ingresso, porém, não garantiu a minha permanência na faculdade sem esforço pessoal”, destaca.

Tímida para ser professora, ela descobriu no bacharelado sua grande vocação. “É o que quero seguir para minha vida. Sou apaixonada por esta pesquisa [com células-tronco]. Não me vejo fazendo outra coisa”, afirma. A bióloga já trabalha com pesquisas na área das células-tronco há quatro anos. Ela pretende dar andamento a estes estudos, usá-los no futuro e tentar ingressar na pós-graduação.

Para a professora e orientadora de Priscilla, Andrea Gonçalves Trent, a orientanda não enfrentará muitas dificuldades no futuro curso de mestrado. “Ela já tem uma boa parte do mestrado pronta [com esta pesquisa sobre células-tronco] e outros projetos que desenvolve paralelamente”, explica. Para a orientadora, o prêmio traz muita satisfação. “É um orgulho. Mas não me surpreende, pois Priscilla é muito competente”, elogia. Andrea vê na bióloga grande potencial. “Apesar de ser uma aluna de iniciação científica, ela já tem o perfil de pós-graduação”, garante.

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Idade Média rende prêmio a estudante do Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC

18/07/2014 15:45

Rodrigo PratesIdade Média é um período da história da Europa entre os séculos V e XV que rotineiramente serve de cenário para filmes e jogos de sucesso entre os jovens contemporâneos. E foi assim que Rodrigo Prates de Andrade teve seu primeiro contato com o período medieval. “Apesar de o nosso país não ser europeu, a Idade Média sempre exerceu fascínio sobre as nossas mentes”, garante. O recém-graduado em História foi um dos seis premiados da iniciação científica de 2013 com a pesquisa “Estudo comparativo dos discursos historiográficos atuais europeus sobre identidade e diversidade na área dos estudos medievais”.

Além da paixão por este período histórico, ele optou pela graduação em História devido ao desejo de compreender como as coisas aconteceram e acontecem, além da vontade de exercer a docência. “Meus melhores professores foram os de História. A minha grande opção era esta”, conta. O historiador procurou desde cedo se envolver com pesquisas, ficando sem bolsa só no primeiro semestre, e revela a grande gratificação em ser premiado pelo trabalho desenvolvido sobre a Idade Média na Península Ibérica. “Ganhando o prêmio eu retribuo ao Centro de Filosofia e Ciências Humanas e o Departamento de História, a minha formação política, cultural, intelectual e humana. A Universidade é um local de excelência em produção científica e cultural”, elogia.

Atualmente, Rodrigo dá aulas na rede de educação pública e, no final deste ano, pretende ingressar no mestrado. “Meu grande interesse é a carreira acadêmica, mas, quando a gente encara uma sala de aula de segunda a sexta-feira, acaba se questionando sobre a nossa função de professor”, explica.

A professora e doutora em História Medieval, Aline Dias da Silveira, orientadora da pesquisa premiada, define Rodrigo como um aluno muito aplicado. “Foi o melhor bolsista que eu já tive em termos de dedicação à pesquisa. Fiquei muito orgulhosa, me senti como uma mãe”, conta.
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Aluna de Física recebe prêmio como destaque de iniciação científica da UFSC de 2013

18/07/2014 15:18

Deborah AssisPensar ao contrário. Foi a tática de Deborah Santos de Assis Liguori para decidir para qual curso iria prestar o vestibular. Filha de pai italiano e mãe brasileira, Deborah se mudou para o Brasil quando tinha 16 anos, mas sempre teve contato com as duas culturas. A mãe da estudante nunca deixou de falar em português com ela. “Tive a sorte que alguns filhos de duas culturas não têm: meus pais investiram nas duas e não deram prioridade somente para uma delas”, conta. Deborah foi uma das seis estudantes da UFSC que receberam o prêmio “Destaques da Iniciação Científica de 2013”.

Por não saber como funcionava o sistema de vestibular, ela explica que teve dificuldades ao enfrentar o concurso. “Tive bloqueio. Tentei três vezes”. Na primeira tentativa, escolheu o curso de Arquitetura. Foi na preparação para a prova do ano seguinte que Deborah começou a pensar melhor no curso que gostaria de fazer. “Eu gostava de muitas coisas, foi difícil. Então, comecei a pensar na matéria que eu menos tinha aprendido – a Física”. Foi o professor do cursinho que a instigou. “Ele fez esta tal de Física ficar interessante”, relembra. Deborah confessa, porém, que teve receio de fazer o curso. “Fiquei com medo, pela dificuldade dos cálculos”. A segunda tentativa acabou não dando certo. Foi na terceira que a estudante encarou seu pensamento “ao contrário”. Mesmo nunca tendo ouvido falar sobre Florianópolis, prestou a prova do vestibular para a UFSC.

Por ter passado grande parte de sua vida escolar na Itália, Deborah acha que a relação entre professor e aluno aqui é muito diferente. “Estudava em uma escola na qual, para cumprimentar o professor, a gente tinha que levantar da carteira. O contato era bem menor. E trabalhar diretamente com o professor era uma coisa que não passava pela minha cabeça”, explica.

Ela era bolsista na secretaria do Departamento de Física quando decidiu participar de pesquisas científicas. “Eu trabalhava na secretaria e lá acabei tendo contato com todos os alunos e professores. Isso abriu uma porta pra mim; todos me conheciam e conheciam meu trabalho. Um dia, uma aluna de doutorado falou que estava na hora de colocar a mão na massa”, conta. Por ser aluna do curso de licenciatura, Deborah achou que teria dificuldades no laboratório. “Acabei descobrindo que a maioria das pessoas do laboratório era formada em licenciatura”, diz. Com o tempo, foi aprendendo a usar os equipamentos e se envolvendo com as pesquisas. Ela considera a experiência no laboratório muito importante.

O professor e orientador da pesquisa de Deborah, Ivan Helmuth Bechtold, ressalta o grande interesse da aluna nos projetos realizados no laboratório. “Deborah é uma aluna muito dedicada, sempre foi muito curiosa, o que é uma virtude dela. O estudante que não tem curiosidade com o que está trabalhando não está pensando em aprender algo que sirva para o seu futuro”, afirma. A aluna já vem fazendo disciplinas do bacharelado desde o seu ingresso na UFSC.
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