Pesquisadora desenvolve trabalho sobre células-tronco e é premiada pela UFSC

18/07/2014 15:46

Priscila Barros“Se não fosse o sistema de cotas eu provavelmente não teria entrado”, afirma Priscilla Barros Delben, uma das seis premiadas como destaque de iniciação científica da UFSC em 2013. Ela se formou no final do mesmo ano em Biologia. A pesquisa desenvolvida pela bióloga é sobre o uso de células-tronco do tecido adiposo para futuras terapias regenerativas em pacientes queimados.

Receber o prêmio fez Priscilla perceber que está no caminho certo. “Eu amo o que faço. Foi uma grande surpresa ganhar o prêmio. Sinceramente, não esperava nem ser selecionada para a apresentação oral, muito menos ser destaque de iniciação científica!”, exclama.

Nascida no Rio de Janeiro e com o sotaque marcante, mesmo morando há 13 anos na ilha, a bióloga se envolveu com pesquisas científicas bem no início do curso, cerca de um ano após ter ingressado na UFSC. Priscilla foi admitida na Universidade pelo sistema de cotas para estudantes oriundos de escolas públicas. “Entrar por este sistema facilitou meu ingresso, porém, não garantiu a minha permanência na faculdade sem esforço pessoal”, destaca.

Tímida para ser professora, ela descobriu no bacharelado sua grande vocação. “É o que quero seguir para minha vida. Sou apaixonada por esta pesquisa [com células-tronco]. Não me vejo fazendo outra coisa”, afirma. A bióloga já trabalha com pesquisas na área das células-tronco há quatro anos. Ela pretende dar andamento a estes estudos, usá-los no futuro e tentar ingressar na pós-graduação.

Para a professora e orientadora de Priscilla, Andrea Gonçalves Trent, a orientanda não enfrentará muitas dificuldades no futuro curso de mestrado. “Ela já tem uma boa parte do mestrado pronta [com esta pesquisa sobre células-tronco] e outros projetos que desenvolve paralelamente”, explica. Para a orientadora, o prêmio traz muita satisfação. “É um orgulho. Mas não me surpreende, pois Priscilla é muito competente”, elogia. Andrea vê na bióloga grande potencial. “Apesar de ser uma aluna de iniciação científica, ela já tem o perfil de pós-graduação”, garante.

Saiba mais sobre a pesquisa
“Caracterização mesenquimal de células-tronco isoladas do tecido adiposo humano para futuras terapias regenerativas”

As células-tronco possuem a capacidade de se dividir e originar outros tipos celulares. São uma promissora ferramenta para terapias em doenças e lesões de difícil tratamento, como as degenerativas (diabetes, hipertensão, mal de Alzheimer) e as lesões de queimaduras. “Quando ocorre alguma lesão na pele, elas [as células-tronco] estão ali para participar do processo de cicatrização”, explica Priscilla Delben. No projeto, foram estudadas células-tronco do tecido adiposo que podem ser encontradas na pele ou ao redor de órgãos.

Uma das dificuldades atuais é obter células-tronco isoladas e em quantidade suficiente para realizar tratamentos. Esse foi o diferencial da pesquisa da bióloga. Priscilla isolou – separou as células do tecido – e as caracterizou – verificou suas características básicas –, obtendo um grande número destas células. A pesquisa foi desenvolvida durante três anos e servirá para realizar futuros experimentos e pesquisas no processo de cicatrização em animais e em humanos, com perspectivas de desenvolvimento de novas terapias para o tratamento de queimados.