UFSC recebe participantes do VII Encontro Estadual do Sem Terrinha

10/10/2013 17:37

Apresentação cultural no primeiro dia do Encontro Estadual dos Sem Terrinha, na UFSC. Foto: Wagner Behr / Agecom / UFSC

Cerca de 400 crianças entre 8 e 12 anos que vivem em assentamentos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) se reuniram no hall do Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na manhã desta quinta-feira, 10 de outubro, para tomar o café da manhã. Essa foi a primeira de diversas atividades que serão realizadas durante o VII Encontro Estadual do Sem Terrinha de Santa Catarina. O evento segue até o próximo sábado com ações educativas, culturais e políticas em Florianópolis.

Reitora Roselane Neckel recebe as crianças do Movimento Sem Terrinha. Foto: Wagner Behr / Agecom / UFSC

A reitora Roselane Neckel recebeu as crianças e, emocionada, falou sobre a contribuição dos trabalhadores rurais para a sociedade. “Sou filha de agricultores e tenho muita clareza sobre o que significa esse movimento, por ser professora de História e por ter pessoas da minha família que até hoje mexem com a terra. Queria que soubessem que vocês estão aqui por causa do trabalho de muita gente. Essas pessoas não têm medo da luta, do trabalho, e não desistem dos seus sonhos”, disse.

O coordenador estadual do setor de educação do MST, Elodir de Souza, explica que um dos objetivos do encontro é a confraternização. A troca de conhecimentos com alunos da mesma faixa etária de escolas públicas da capital e mobilizações políticas permeiam a programação.

O evento possibilita que as crianças saiam temporariamente da rotina dos assentamentos – localizados predominantemente no interior – e conheçam um pouco mais sobre a vida urbana. Temas relacionados a esses dois ambientes, como moradia, educação, transporte e alimentação saudável, serão abordados em 24 oficinas, com a participação de cerca de 150 alunos de Florianópolis. As oficinas serão ministradas por apoiadores e por professores e estudantes da UFSC. Visitas a escolas públicas estão agendadas para sexta-feira.

Nove ônibus, originários de assentamentos do Oeste, Extremo Oeste, Planalto Central, Região do Contestado e Norte de Santa Catarina, dirigiram-se a Florianópolis para o evento. Integrantes da direção do MST, professores e parceiros acompanham e supervisionam os trabalhos desenvolvidos com as crianças. O grupo foi recepcionado por uma comitiva de alunos do Colégio de Aplicação e está abrigado no alojamento localizado aos fundos do Restaurante Universitário.

A reitora Roselane Neckel manifestou o desejo de que, cada vez mais, a Universidade possibilite a inclusão. “A UFSC é pública. Ela é mantida por vocês e está de portas abertas. Esta universidade é de todos e para todos. Nunca esqueçam que ninguém é melhor do que ninguém. Estar na terra, produzir com direito e igualdade é muito importante”, concluiu.

No sábado, as crianças conhecerão a Praia do Forte, situada no Norte da Ilha. É a primeira vez que a maioria delas visita o litoral catarinense. Também estão na programação uma apresentação teatral e uma gincana na UFSC cujo tema é o VI Congresso do MST, evento que será realizado de 10 a 14 de fevereiro de 2014 em Brasília.

A pró-reitora adjunta de Assuntos Estudantis, Lúcia Helena Corrêa Lenzi, ressalta que a aproximação entre os movimentos sociais e organizativos e a Universidade é uma proposta da atual gestão. Além disso, aponta a importância de serem desenvolvidas estratégias para que essa relação se construa de fato. “É um marco poder olhar para as relações que acontecem na sociedade de uma forma horizontal e mostrar para as crianças um presente que constrói um futuro”, diz.

O encontro, organizado anualmente por representantes MST, ocorre em período próximo a 12 de outubro, data em que é comemorado o Dia das Crianças. Esta é a terceira vez que Florianópolis sedia o evento, realizado em edições anteriores nas cidades de Fraiburgo, Abelardo Luz, Água Doce e Catanduvas.

O MST foi fundado há mais de 30 anos e defende a reforma agrária e a justiça social. “A transformação social é o objetivo do movimento, e ela passa pela educação e pelas conquistas do cotidiano, como o direito à terra e à educação”, afirma Elodir de Souza, coordenador estadual do setor de Educação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

Bruna Bertoldi Gonçalves
(48) 3721-4081 / bruna.bertoldi@ufsc.br
Assessoria de Imprensa do Gabinete da Reitoria / UFSC