Em defesa da democracia e da autonomia universitária

16/12/2013 13:03

Prof.ª Roselane Neckel

Prof.ª Lúcia Helena Martins Pacheco

 

Ontem, 11 de dezembro, a Administração Central da UFSC e a comunidade universitária ficaram perplexas com uma notícia incompatível com a autonomia universitária e com o que deve ser o respeito à democracia interna na UFSC.

O Sr. Márcio Campos, presidente da APUFSC, esteve em Brasília solicitando uma audiência com o Ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para envolvê-lo em assuntos internos da UFSC, já devidamente esclarecidos, nomeadamente no que se refere ao Conselho de Curadores e à aquisição do Prédio II da Reitoria.

Lamentamos que, no que tange à situação específica do Conselho de Curadores, o Sr. Márcio Campos não dê maior atenção ao sério trabalho da Procuradoria Federal no Parecer nº 1081/2013/PF-UFSC.

Tal conduta, na prática, fragiliza a democracia na UFSC, seus órgãos colegiados, a autonomia universitária e a política de diálogo que tem pautado a atual administração.

Causa estranheza que o presidente solicite esta reunião diretamente ao MEC sem sequer discuti-lo com seus sindicalizados, os quais supostamente estaria representando nessa sua empreitada. Causa estranheza, também, que o presidente tente tratar esses temas  diretamente com o MEC, quando deixou de tratá-lo com a Reitora, com a qual esteve reunido em várias ocasiões em clima de aparente cordialidade. A última solicitação de audiência da APUFSC foi protocolada em 29 de novembro, e a pauta constante no Ofício nº 242-13 do sindicato, destaca-se, não trata do assunto que se pretenderia levar ao Ministro.

Sugerimos ao Sr. Márcio Campos que procure estimular a democracia interna, e não substituí-la por reuniões de gabinete em Brasília. Sugerimos-lhe, por fim, que não deixe mais de tratar de assuntos que considera relevantes nas audiências com a Reitoria, que sempre o recebeu e receberá cordialmente, em respeito às pessoas que diz representar.

 

Florianópolis, 12 de dezembro de 2013.