Livro da EdUFSC resgata poeta de referência no País
Ao prefaciar A forma-formante – Ensaios com Joaquim Cardozo, de Manoel Ricardo de Lima, o escritor e estudioso Everardo Norões sublinha ser impossível analisar a obra do poeta “sem se impregnar de seu pensamento, sem estar com ele por perto, como se detrás de nós, a cada página, ele apresentasse o texto como um corpo vivo, uma estrela de sua constelação”.
O livro ora publicado pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC) é um dos resultados da pesquisa de pós-doutoramento realizada na UFSC pelo autor, que atualmente leciona na Escola de Letras da Unirio (RJ).
Manoel Ricardo de Lima apresenta seis ensaios curtos: A astronomia alegre; A cerca, o poema, a imaginação; Crivo e deserto; As águas sem dono de Pancetti; O poema, um animal que ri; e O nome que falta. Todos os textos, ressalta Everardo Norões, organizador da Poesia completa e Prosa de Joaquim Cardozo, “giram em torno do núcleo ‘forma-formante’, a maneira como o poeta concebe o poema do Universo ou o Universo do poema”.
O autor faz um resgate da vida e obra de Joaquim Cardozo, “uma referência quase esquecida do modernismo brasileiro”. Engenheiro calculista, o poeta foi parceiro de Oscar Niemeyer no projeto da Pampulha-MG e na construção de Brasília. Joaquim foi polivalente e craque em várias posições: “Uma produção poética com um pensamento atravessado pelo poema, peças de teatro, textos críticos sobre arquitetura e urbanismo, engenharia, artes visuais e poesia”.
Para melhor dimensionar o valor da obra de Joaquim Cardozo basta recordar que o poeta João Cabral de Melo Neto o tinha como “uma das referências mais preciosas da sua poesia”. A escritora e pesquisadora Maria da Paz Ribeiro Dantas, citada por Manoel Ricardo de Lima, defende a tese de que o escritor “continua sendo não somente um poeta do seu tempo, mas um contemporâneo do futuro”. Manoel Ricardo de Lima mostra-se didático para explicar que a “expressão forma-formante é um conceito que Joaquim Cardozo lança sobre um pensamento para a arte através da Teoria de Cálculo Estrutural: o que pode se abrir por meio de um esforço”.
Manoel Ricardo de Lima publicou, entre outros, As mãos e jogo de varetas; Entre percurso e vanguarda – Alguma poesia de P. Leminski e Quando todos os acidentes acontecem.Assessorou o ex-diretor Sérgio Medeiros na reestruturação editorial e gráfica da EdUFSC. É assíduo frequentador dos cadernos de cultura.
Nestes ensaios, o autor permite compartir a visão de mundo de Joaquim Cardozo, movida por algo que denomina motor para a alegria: “o gesto livre desencadeado pela paixão, susceptível de dar à escrita uma cor a que chamamos poesia “, resume o prefaciador.
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Moacir Loth / Jornalista da Agecom /UFSC