Aluno e professora do CCE denunciam caso de discriminação à reitoria

23/04/2014 14:19

Durante reunião no Gabinete da Reitoria na tarde dessa terça-feira, 22 de abril, chegou ao conhecimento da vice-reitora Lucia Helena Martins Pacheco um caso de homofobia e discriminação religiosa na UFSC. O estudante de Letras – Língua Portuguesa, Gabriel Eigenmann Carvalho, encontrou uma pichação de conteúdo antissemita e homofóbico na porta de um dos banheiros masculinos do Centro de Comunicação e Expressão (CCE). A mensagem é dirigida a um estudante de Letras – Lingua Portuguesa diurno. Gabriel  Eigenmann identificou-se como a vítima da ofensa pois, segundo ele, não há outros estudantes judeus homossexuais no Centro que estudem naquele mesmo turno e no mesmo curso citado na mensagem.

O acadêmico percebeu a pichação há cerca de duas semanas. Na porta do banheiro, já existia um texto de conteúdo antissemita escrito há mais de um ano. Não há assinatura e até o momento não foi identificado quem escreveu as mensagens.

Depois de ler a pichação, Gabriel comunicou o Departamento de Línguas e Letras Vernáculas (DLLV). Membro do Coletivo LGBT Gozze!, ele entrou em contato com a reitoria, primeiro através do coletivo e, também, através da Associação Israelita Catarinense (AIC), da qual participa.

Na reunião dessa tarde, a professora emérita do DLLV Leonor Scliar-Cabral, presidente da AIC, entregou à reitoria documento repudiando a mensagem. Para a professora, a incitação à violência constitui uma ameaça de homicídio ao estudante. Ela destacou o agravante da violência ser motivada por ódio a duas minorias sociais.

De acordo com a lei federal nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, é crime o ato de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A vice-reitora Lucia Helena Martins Pacheco destacou durante o encontro que a UFSC opõe-se totalmente a qualquer forma de discriminação e deve abrir uma comissão de sindicância para apurar quem pichou as mensagens e tomar outras providências cabíveis. A instituição prepara uma campanha voltada ao combate a preconceitos de qualquer natureza.

Matheus Alves / Estagiário de Jornalismo na Agecom / UFSC
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