Entidades manifestam-se em apoio e solidariedade à UFSC

30/04/2014 17:32

Novas manifestações de apoio e solidariedade à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) pelos acontecimentos da ação policial ocorrida no último 25 de março continuam a chegar. Confira algumas delas abaixo, na íntegra.

:: Associações dos Docentes da Universidade Federal do Amazonas (Adua) e da Universidade Federal de Mato Grosso (Adufmat/Campus Rondonópolis)

A diretoria da Adua repudia ato de truculência policial que marcou a tarde de terça-feira (25) na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Em solidariedade à comunidade acadêmica daquela universidade, a seção sindical aprovou, em reunião realizada nesta quinta-feira (27), moção de repúdio contra as ações de perseguição e repressão realizadas pela Polícia Federal (PF) na UFSC.

A abordagem de agentes da PF – que começou com revista e terminou com agressão a professores, técnico-administrativos e estudantes, além de prisão – transformou o campus da UFSC em praça de guerra. Esses atos “reeditam os tempos da ditadura militar e mais uma vez aprofundam o desrespeito sistemático do atual governo ao artigo 207 da Constituição Federal”, diz trecho da nota, referindo-se à perda da autonomia universitária.

Nesta quinta, o ANDES-SN encaminhou uma carta ao Ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, exigindo a imediata apuração dos fatos e a consequente punição dos responsáveis pela operação considerada “lamentável e ilegal”. “Salta aos olhos que agentes da própria Polícia Federal tenham agido violenta e desrespeitosamente, como mostra a imagem desses agentes lançando spray de pimenta no Diretor do Centro do Filosofia e Ciências Humanas daquela universidade, professor Paulo Pinheiro Machado, que buscava negociar uma solução pacífica e respeitosa de acordo com a Lei”, destaca trecho do documento.

O Ministério da Educação também solicitou, nesta quarta (26), ao Ministério da Justiça explicações sobre o fato ocorrido no campus da UFSC. “Tão logo receba as informações do Ministério da Justiça e da UFSC, o MEC tomará as medidas cabíveis, com o rigor que o caso exige”.

Após audiência pública realizada nesta quarta, com ampla participação da comunidade acadêmica e, sobretudo, em virtude da pressão exercida pelos estudantes, que continuam ocupando o prédio da administração superior da universidade, a reitoria encaminhou ao movimento estudantil um termo de compromisso que visa resguardar e reafirmar a autonomia universitária, bem como defender os direitos constitucionais da UFSC e de seus alunos.

O documento consiste, entre outras coisas, na elaboração de “um calendário para discussão com a comunidade e a definição de uma política de segurança na UFSC”, além de solicitação ao Ministério Público de Santa Catarina para que “seja retirado o item referente às ações policiais, reafirmando que nenhuma ação policial poderá ser feita nos campi da universidade sem autorização prévia e formal da autoridade máxima da instituição, condição que já constava no termo atual e foi desrespeitada”.

Solidariedade de outras ADs

Em Assembleia Geral realizada nesta quinta, a Associação dos Docentes da Universidade Federal de Mato Grosso/Campus Universitário de Rondonópolis (Adufmat/ Rondonópolis) decidiu, por unanimidade, repudiar a invasão, a repressão e as ações ilegais cometidas pela PF na UFSC e na Universidade Federal de Campina Grande – caso ocorrido na semana anterior – e ainda solicitar apuração dos fatos.

“Diante de tal ato que fere o art. 207 da Constituição Federal, solicitamos às autoridades competentes a apuração imediata dos fatos e a consequente punição dos responsáveis por esta operação lamentável e ilegal, quando professores, técnicos administrativos e alunos foram reprimidos de forma violenta e desumana”, diz trecho da nota de repúdio.

Nesta quarta, a Seção Sindical do ANDES-SN na UFSC também manifestou posicionamento contrário à invasão do Campus da instituição pela polícia. “A segurança da UFSC deve ser pensada para garantir os direitos da comunidade universitária, e não para violá-la. Por isso, vamos todos à mobilização contra este ato de violência e em defesa da autonomia das Universidades e dos direitos sociais”, alerta a nota, que, além de descrever a ação truculenta, sugere medidas de responsabilização.

Fonte: Adua

:: Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia (ADUNEB)

A Associação dos Docentes da Universidade do Estado da Bahia (ADUNEB) vem a público repudiar veementemente a covarde e violenta ação da polícia militar e federal, contra a Comunidade Acadêmica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

No momento em que todo o país debate e relembra com pesar os 50 anos do início da Ditadura Militar no país, a polícia, cinco décadas depois, continua a dar amostras de despreparo, autoritarismo e truculência. Professores, alunos e servidores técnicos foram duramente agredidos, dentro do campus da UFSC, por militares e pela Tropa de Choque. A lamentável ação do braço forte do estado, com a invasão do campus universitário e consequentes agressões, foi um ataque ao artigo 207, da Constituição Federal, que prevê a Autonomia das Universidades.

As deploráveis cenas reavivam as feridas, ainda expostas, de um tempo nefasto do Brasil. Mas, assim como no período de 64, ameaças, desrespeito, agressões físicas, bombas de efeito moral e tiros não calarão a Comunidade Acadêmica deste país, contra as ações reacionárias da burguesia e do aparato repressivo da polícia classista, racista, machista e homofóbica.

Fonte: ADUNEB

:: Comando Nacional de Greve  – Fasubra

O CNG/FASUBRA se solidariza com os estudantes, técnicos e docentes que lutaram e resistiram contra a invasão autoritária do Batalhão de Choque, PM e Policia Federal no CAMPUS da UFSC. É inadmissível que no cinquentenário do golpe militar a força repressiva do estado seja responsável por cenas absurdas de agressão física e destruição de patrimônio público da universidade.

Todo apoio à luta pela democracia e autonomia nas universidades públicas brasileiras!

Fonte: Fasubra