UFSC terá projeto institucional de atenção psicossocial a estudantes
A Administração Central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) reuniu, na tarde desta quinta-feira, dia 26, um grupo de professores e técnicos interessados em formar um Grupo de Trabalho (GT) para delinear um amplo projeto de atenção psicossocial a estudantes de graduação e pós-graduação. Essa foi a segunda reunião do Grupo, que deverá acolher mais participantes, inclusive representação discente.
A intenção é elaborar um projeto de atenção psicossocial e pedagógica na UFSC, conectando práticas que já acontecem na instituição a novas abordagens para atuar principalmente na prevenção ao consumo abusivo de drogas e álcool. A nomeação oficial dos membros do GT deve acontecer em breve.
Participaram desta segunda reunião a reitora Roselane Neckel; a vice-reitora Lúcia Helena Martins Pacheco; a professora Daniela Ribeiro Schneider, do Departamento de Psicologia e do Núcleo Multiprojetos de Tecnologia Educacional (NUTE); a professora Ana Izabel Jatobá de Souza e o professor Jeferson Rodrigues, do Departamento de Enfermagem; o professorWalter Ferreira de Oliveira, do Departamento de Saúde Pública; a psicóloga Elisa Eggers Luiz e a assistente social Daniela Maria Silva de Oliveira Togneri, da Pró-Reitoria de Assistência Estudantil (PRAE); e a coordenadora de Apoio Pedagógico da Pró-Reitoria de Graduação (PROGRAD), Janaína Santos, que também coordena o GT.
“Sabemos que é um projeto complexo, mas precisamos começar. Queremos reunir pessoas com competências para delinear uma atuação institucional forte e uma política de atenção psicossocial que seja permanente na UFSC, com foco inicial em nossos estudantes”, ressaltou a reitora Roselane Neckel.
A professora Daniela Ribeiro Schneider salientou que existe uma demanda institucional por um projeto abrangente de promoção à saúde e apontou alguns projetos que já existem de forma dispersa. “Precisamos pensar em uma rede, pensar grande e com solidez”, defendeu Schneider. A docente disse, ainda, que será necessário planejar abordagens em vários campos de prevenção: aberta (público em geral); seletiva (voltada para pessoas que estão em condições de risco); e indicada (direcionada a pessoas que já têm necessidades claras de atenção).
O professor Jeferson Rodrigues lembrou que, de acordo com um levantamento realizado pela ANDIFES a respeito do Perfil Socioeconômico e Cultural dos Estudantes de Graduação das Universidades Federais Brasileiras (ver link), existe um aumento significativo no número de crises emocionais e atendimentos psiquiátricos de estudantes. Rodrigues relata que são distúrbios emocionais que podem ou não estar ligados ao uso de substâncias, mas que podem levar ao seu consumo.
A pesquisa aponta que 47,7% dos entrevistados relatam ter passado por crises emocionais. Em 2003, esse número era de 36,9%. Já os atendimentos psiquiátricos subiram de 5,5% para 9%. “É um dado que reflete uma realidade significativa. Se pensarmos em um universo de mais de 30 mil estudantes, como é o caso da UFSC, é um quantitativo relevante”, destaca Rodrigues.
Após a nomeação oficial do GT, as reuniões deverão acontecer quinzenalmente até a elaboração de um projeto institucional delineando os objetivos, a atuação e o planejamento de ações.
Mayra Cajueiro Warren
Jornalista / Diretoria-Geral de Comunicação
