UFSC recebe mais de 200 intercambistas no segundo semestre

17/09/2013 16:55

A oportunidade de conhecer um novo país, aprender uma nova língua e enriquecer o currículo são apenas alguns dos atrativos para os estudantes que sonham em fazer intercâmbio. Apenas neste semestre, a UFSC já recebeu 230 intercambistas de 17 países (veja o gráfico abaixo). Atualmente, a universidade é parceira de 320 instituições em 44 países.

Dmytro Denysyuk cursa Administração em Portugal e há dois anos decidiu fazer intercâmbio no Brasil – mais especificamente, em Florianópolis. Ele chegou a conseguir uma bolsa para outra cidade brasileira, mas seu sonho sempre foi estudar na “Ilha da Magia”. O motivo é simples: “é uma cidade linda!”.

Há pouco mais de um mês estudando na UFSC, seu lugar preferido no campus é o lago da praça Franklin Cascaes. Dmytro é ucraniano, mas mora em Portugal com a família desde os 15 anos. Em seu intercâmbio, ele pretende estudar dois semestres no curso de Administração. Para ele, o português não está sendo um problema; as únicas dificuldades são alguns termos técnicos citados em aula, mas que, segundo ele, são rapidamente decifrados com a ajuda da internet.

Já para a norte-americana Faith Whang, os termos técnicos foram um incentivo para escolher disciplinas de um curso diferente do seu. Nos Estados Unidos, Faith cursa Relações Internacionais, mas aqui as disciplinas que escolheu são da graduação em História. “Achei que seria mais fácil, pois no curso de História há muitos textos para ler, então, quando não entendesse os professores, poderia me basear nos textos”, explica a estudante. Mas não foi bem assim. Faith diz que, na maioria das vezes, ler os textos tem sido mais difícil do que acompanhar a fala dos professores.

A intercambista está em Florianópolis há menos de dois meses, mas já fala português fluentemente. Ela estudou espanhol por seis anos nos Estados Unidos e começou a estudar português um ano antes de vir ao Brasil. Faith conta que as primeiras semanas foram muito difíceis, principalmente para conseguir se localizar e resolver certas burocracias, como a matrícula. Dmytro teve a mesma dificuldade. “A UFSC é muito grande e os departamentos são todos espalhados pelo campus”, comenta o ucraniano.

O secretário adjunto de Relações Internacionais, André Ramos, conhece bem as dificuldades que os alunos enfrentam para resolver pendências em matrículas. Por isso, o processo de Incoming está sendo reformulado para que o aluno possa fazer todas as inscrições on-line, sem precisar consultar presencialmente os departamentos envolvidos sobre a oferta de vagas. “A cada ano temos ampliado o número de estudantes que fazem intercâmbio na UFSC. A nossa expectativa para 2014 é de um aumento ainda maior, em função da Copa do Mundo. Para isso, estamos remodelando nosso sistema de inscrição e de escolha de disciplinas, de forma a desburocratizar o processo”, explica o secretário.

Dmytro Denysyuk na praça Franklin Cascaes
Foto: Gabriela Dequech – AI/GR

Apesar dos pequenos transtornos, os intercambistas aproveitam o tempo livre para conhecer a Ilha. Para ambos, a melhor parte de morar em Florianópolis são as praias. Dmytro confessa que se apaixonou pela Lagoa da Conceição, e Faith diz que explorar a cidade é muito divertido. Para ela, a sensação de não saber aonde se está indo é muito emocionante.

As diferenças culturais também chamam a atenção dos estudantes estrangeiros. Para Faith, um ponto curioso é o cuidado que as mulheres têm com as unhas. “Comecei até a frequentar um salão e fazer as unhas toda semana”, ela ri. Dmytro, por sua vez, ficou surpreso quando viu uma colega tomando chimarrão na sala de aula. “Eu não sabia o que era aquilo. Achei que era algum tipo de bebida alcoólica”, revela. Depois que explicaram para o ucraniano que o chimarrão é parecido com o chá verde, ele está curioso para degustar a bebida. Outra coisa que ele também não vê a hora de experimentar é a feijoada.

Faith Whang, intercambista norte-americana na UFSC
Foto: Gabriela Dequech – AI/GR

Faith, que pretende ficar no Brasil até o final do ano, admite que as primeiras semanas são bem complexas, mas afirma que a experiência pode ser muito enriquecedora. Porém, faz um alerta: “Você tem que abrir mão dos seus preconceitos, do que é confortável e do que é familiar para você”. Ela acredita que, principalmente para quem vive nos Estados Unidos, é muito importante sair do país. Para ela, tudo é muito confortável em sua terra natal, e corre-se o risco de achar que o resto do mundo também é assim.

Já para Dmytro, além das experiências culturais, o intercâmbio é uma forma de enriquecer o currículo profissional e lidar com a competitividade do mercado de trabalho. “Lá na Europa estamos enfrentando uma crise econômica muito agressiva. Os estudantes se formam e não há lugar para trabalhar”, explica o futuro administrador. O aluno está finalizando os estudos na universidade portuguesa e espera encontrar no Brasil alguma inspiração para seu trabalho de conclusão de curso.

Gabriela Dequech Machado
Estagiária na Assessoria de Imprensa do Gabinete da Reitoria