Lançamento do Projeto Imagine reúne autoridades internacionais e comunidades participantes

12/11/2013 13:29

Professor André Ramos, coordenador do Imagine, explicita os alcances e metas do projeto. Foto Henrique Almeida/ Agecom/UFSC

Promover inclusão social e intercâmbio cultural por meio da oferta de conhecimentos sobre ciência a comunidades de difícil acesso à educação localizadas no Brasil, na Angola, em Marrocos, no México e no Peru. Essa é a proposta do Projeto Imagine, desenvolvido pela Secretaria de Relações Internacionais (Sinter) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). A apresentação oficial aconteceu na tarde da última sexta-feira (8) de novembro no campus da Trindade.

Adolescentes que cursam o ensino médio, jovens, adultos e professores das comunidades são o público-alvo do projeto, dividido em três módulos. A expectativa é de que as três etapas sejam executadas em todas as comunidades participantes até 2016. O primeiro módulo da série, realizado no início do mês novembro na Escola Itinerante da Fazenda do Baú, na Coxilha Rica, em Lages, é “DNA, diversidade e hereditariedade”. Quinze jovens e três professores participaram das atividades.

A equipe responsável pela execução do primeiro módulo em Lages é formada por três professores do Departamento de Biologia Celular, Embriologia e Genética (BEG) e do Departamento de Bioquímica, uma doutoranda de Programa de Pós-Graduação em Farmacologia, uma mestranda do Programa de Pós-Graduação em Biologia de Fungos,Algas e Plantas, uma mestranda do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo e por uma aluna da Graduação em Jornalismo.

“O primeiro módulo será repetido dentro de quatro semanas na Aldeia Guarani de Major Gercino. A equipe fica, em média, uma semana em cada comunidade”, explicou o coordenador do Projeto Imagine e secretário-adjunto de Relações Internacionais da UFSC, André de Ávila Ramos. O material didático contém ferramentas que envolvem vídeos, animações e jogos para transmitir conhecimentos científicos complexos de maneira simples e lúdica. “Essa é a parte do conteúdo teórico. A outra parte é um kit laboratório da UFSC. É praticamente um minilaboratório que levamos para o interior”, comentou.

A reitora Roselane Neckel comentou sobre as viagens que fez às instituições parceiras e sobre projetos internacionais que envolvem o intercâmbio de conhecimentos entre a universidade e as comunidades. No início de sua fala, estabeleceu uma relação entre o nome do projeto e a conhecida música de John Lennon. “Esse projeto nos faz imaginar um mundo sem fronteiras, sem preconceitos, onde a gente possa, de certa forma, fazer a diferença. É a possibilidade de fazer divulgação científica e de fazer com que nossas crianças saibam que o conhecimento não está só dentro da universidade, mas pode estar também no local onde vivem”, disse.

Os próximos módulos, “Energia” e “Planeta Terra e o Universo”, serão estruturados em 2014. O projeto prevê a seleção de dois alunos de cada comunidade para estágio de duas semanas em laboratório de pesquisa de um país parceiro. “Jovens da aldeia indígena poderão fazer um estágio no México, por exemplo”, comentou André. O cacique da Aldeia Guarani Tekoa’Uy’A, Karaí Xondaro, elogiou o trabalho desenvolvido pela equipe da UFSC. “Agradecemos por terem nos dado essa oportunidade. A gente aprende com vocês e vocês aprendem com a gente”, concluiu.

As instituições parceiras do primeiro ciclo são a Universidad Andina de Cusco (UAC), no Peru, a Universidad Veracruzana (UV), no México, Université Hassan II – Casablanca (UHIIC) e aAssociation les Rangs d’Honneur (RDH), em Marrocos, a Universidade Agostinho Neto (UAN), o Centro de Estudos do Deserto (CE.DO) e a Administração do Município de Tômbwa, em Angola, e a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Secretaria da Educação do Município de Lages e a Aldeia Guarani Tekoa’Uy’A, no Brasil. “Até o momento, 100% do financiamento foi bancado pela Administração da Universidade. As etapas internacionais dependerão de financiamentos que estão sendo solicitados. Estamos buscando financiamentos em vários órgãos nacionais e internacionais, órgãos públicos e privados”, informou o coordenador.

O secretário de Relações Internacionais da Universidade, Luiz Carlos Pinheiro Machado Filho, a embaixadora do Ministério das Relações Exteriores em Florianópolis, Carmen Lídia Richter Ribeiro Moura, e a secretária da Educação do Município de Lages, Marimilia Casa Costa Coelho, também participaram da cerimônia de lançamento.

“O México está de corpo e alma nesse projeto e nos interessa muito fazer parte. A intenção é que o programa integre, cada vez mais, outras universidades multiculturais mexicanas”, comentou o conselheiro para Assuntos Culturais e Educacionais da Embaixada do México no Brasil, Guilherme Palacios. “O valor social desse projeto é inquestionável. Ele se encaixa perfeitamente na política de relações internacionais”, disse a embaixadora do Ministério das Relações Exteriores em Florianópolis, Carmen Lídia Richter Ribeiro Moura.

Após a apresentação do projeto, os participantes assistiram a um documentário com os resultados da experiência desenvolvida na Coxilha Rica, em Lages. “Esse é um projeto inédito, ambicioso e de execução complexa. Visa abrir as portas da nossa universidade para aqueles setores que estão mais distantes”, explicou o coordenador. Na sequência, foi ministrada uma palestra sobre as políticas de cotas na UFSC.

Alunos da Escola Itinerante da Fazenda do Baú conheceram o campus da Trindade. Eles visitaram a Biblioteca Universitária (BU), o laboratório de pesquisa solar e almoçaram no Restaurante Universitário (RU) com estudantes das comunidades Guarani. À tarde, alguns puderam ver o mar pela primeira vez.

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Bruna Bertoldi Gonçalves/Jornalista na Assessoria de Imprensa do Gabinete da Reitoria /UFSC
(48) 3721-4558 / Esta imagem contém um endereço de e-mail. É uma imagem de modo que spam não pode colher.

Fotos: Henrique. Almeida/ Diretor de Fotografia/ Agecom/UFSC
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